Em artigos recentes, falei da Abertura e da Velocidade de Obturação, os dois primeiros lados do triângulo de exposição. Hoje abordarei o terceiro: ISO.
Nos dias da fotografia analógica, o ISO representava a sensibilidade da película à luz. Escolhia-se um rolo (100, 200, 400 ISO) e tinha de se fotografar todas as imagens com ele. Quanto maior o número, mais sensível à luz a película era.
Na fotografia digital, também temos de ter este factor em consideração. Neste caso, trata-se da sensibilidade do sensor à luz. Da mesma forma, quanto mais elevado o ISO, mais sensível à luz o sensor fica.
Tipicamente queremos aumentar o ISO quando temos condições de luz fracas. Ao tornar o sensor mais sensível à luz, este irá captar mais luz e permitir o uso de velocidades de obturação mais rápidas. A grande vantagem do digital é que podemos mudar o ISO de uma foto para a próxima, e fazer experiências.
Há, no entanto, um preço a pagar quando usamos um ISO alto, ao qual chamamos ruído (grão nos dias do analógico). Quando isto acontece, começam-se a notar pequenos pontos na imagem, como podem ver em baixo. O grão pode ser uma escolha estilística para alguns mas, na maior parte dos casos é de evitar.
Aumentar o ISO é uma grande ajuda em algumas situações onde não podemos fazer nada em relação à luz existente. É o caso de espectáculos ao vivo, por exemplo. Imagina que a tua lente já está na maior abertura, digamos f2.8, e que a velocidade de obturação está o mais lenta que se consegue para manter a acção congelada, digamos 1/125 segundos. A única opção que nos resta então é aumentar o ISO, se queremos uma imagem com boa exposição. Há que encontrar um compromisso entre uma exposição correcta e a quantidade de ruído visual. Se a alternativa for não ter qualquer imagem, não hesito em aumentar o ISO. Ao menos terei algo para mostrar.
Tal como em tudo o que se relaciona com fotografia, a chave para obter melhores resultados é experimentar. Se puderes manter o ISO baixo, tanto melhor. Mas lembra-te que este te pode salvar em situações de luz fraca, por isso não tenhas medo de o usar.
O ISO já te salvou alguma foto? Partilha nos comentários. Gostaria de ler as vossas experiências.
Na verdade não tenho usado muito, que eu ainda sou da era do analógico. Mas vou fazer umas experiências. Obrigado pela dica.
Absolutamente. Melhor ter uma foto com algum grão e menos definição do que sair sem nada. Lembro-me de uma vez ter ido fotografar um espectáculo de Sevilhanas. A luz era pouca e o movimento era rápido. Mesmo não querendo, vi-me obrigado a aumentar o ISO para valores onde os danos se começavam a fazer sentir, mas para congelar a acção e sair de lá com fotos não tive outra opção. Por vezes também utilizo o auto-iso em alturas de passeio numa cidade onde deparo com situações de luminosidade muito diferentes e em que tenho pouco tempo para regular a câmara, como por exemplo entrada e saida de edificios. Felizmente que a tecnologia tem vindo a melhorar muito no controlo do ruido com ISO elevado nas camaras mais recentes mas em podendo, nada como ter uma lente luminosa para ajudar ( um f/ baixo).
Primeiro de tudo um obrigado pelo todo o trabalho e dicas fornecidas. Em relação ao ISO, diria que em muita pouca ocasião salvou-me fotografias, mas sim já o fez especialmente quando fui fotografar concertos pela primeira vez. Abertura a 2.8 com 200mm nao era suficiente mas um ISO ate 1600 a coisa fica boa e depois o pós produção dá sempre um jeito. Mas sem dúvida que o ISO é essencial.
Foi óptimo de ler a sua dica sobre ISO, portanto tirar fotos no local em poucas luzes não foi fácil, mas na maioria parte, consegui, foi muito interessante…
Pelo que eu entendo o ISO aumenta a sensibilidade à luz do sensor de imagem , mas ele não capta mais luz, ele funciona como um amplificador da luz captada, e esta amplificação que acaba por gerar ruído na imagem. Como se fosse um amplificador de som, onde quanto mais você aumenta o volume, mais distorção e ruído são ouvidos.